sábado, 31 de março de 2012

Repercussões na imprensa

Ficções (romances) e documentários reais se misturavam... Pela manhã, notícias das peripécias do estelionatário, e na edição da tarde romances de folhetim... (Gazeta de Notícias, 1897).

A ridicularização da polícia era o trunfo da imprensa

Olavo Bilac canta "O Ilustre Afonso"

A ti, fantasma, o cárcere que importa?
Que importa a pena de prisão escura?
Se tu morresses, tua carne morta
Fugiria através da sepultura!
Como qualquer de nós por uma porta,
Passas sutil por uma fechadura!
— Ah! que a Musa te aponte ao Universo,
Se tão sublime preço cabe em verso!

Nunca deixas de achar caminho franco
Voas como um ginete desbocado
Para quem não há cerca, nem barranco...
E, ora através das telhas do telhado,
Ora no dorso de um cavalo branco,
Vais deixando o ridículo espalhado
Pela polícia que jamais te prende,
E a quem tua ousadia tanto ofende... [1]


[1] Parodiando Os Lusíadas de Camões, Jornal A Notícia, 11.05.1898.